sábado, 6 de julho de 2019

110 ANOS DO HOSPITAL ONOFRE LOPES

Quando foi criado, em 12 de setembro de 1909, através de um decreto do então Governador do RN, Alberto Maranhão, para ocupar uma casa de veraneio adaptada para ser um hospital de caridade, o Hospital Universitário Onofre Lopes era apenas uma gota do mar de história em que se tornaria nos anos seguintes.
Ao longo de 110 anos, recebeu várias denominações, como Hospital da Caridade Juvino Barreto, Hospital Miguel Couto e Hospital das Clínicas, até ser integrado à UFRN e receber o nome com o qual se transformaria numa das principais referências do Nordeste e no maior propulsor da saúde pública do Rio Grande do Norte: Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL).
No sábado (12), o aniversário do HUOL foi festejado com uma Missa de Ação de Graças, celebrada pelo Padre Inácio, que contou com as presenças da reitora da UFRN, Prof.ª Ângela Paiva Cruz; do superintende do HUOL, Prof. Stenio Gomes da Silveira; dos gerentes de Atenção à Saúde e Administrativo, Prof. Aldair Paiva e Zilmar Fernandes; de chefes, colaboradores e ex-colaboradores do HUOL; além de membros da comunidade.
Na ocasião, a reitora da UFRN, Prof.ª Ângela Paiva, exaltou dois marcos históricos da trajetória do Hospital:
– Devemos celebrar cada pessoa que contribuiu com essa história e lembrar como ela impactou em nossa sociedade. Profissionais do Hospital Universitário Onofre Lopes, junto com colegas da Maternidade Januário Cicco, incluindo os dois médicos que batizam os citados hospitais, foram os responsáveis pela criação da própria Universidade Federal do Rio Grande do Norte. (...) Exalto também um marco histórico atual, nascido com o contrato de adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, que redimensionou a estrutura de pessoal, dando novas e promissoras perspectivas para que o HUOL cresça ainda mais e continue uma excelência na formação de pessoas, no campo da pesquisa e na assistência à população - destacou.
Após a Missa, os convidados foram presenteados com uma apresentação do Coral do HUOL e com um bolo de aniversário temático aos 106 anos, com a mensagem “Nosso maior orgulho são as pessoas. Talvez, por isso, cuidemos tão bem delas”
FONTE - SITE UFRN

DR. ONOFRE LOPES DA SILVA


Nasceu no distrito de Comum (São José de Mipibu –RN, hoje pertencente a Monte Alegre), em 13 de julho de 1907, nono dos dez filhos do agricultor José Lopes e de Maria Joaquina dos Prazeres Lopes. Onofre aprendeu a ler com a família, e, aos 14 anos, mudou-se para Natal, para estudar no Grupo Escolar Augusto Severo, com o professor Aprígio Câmara. Depois, foi para a escola do professor Zuza, onde chegou a ser ajudante do professor. Teve ainda como mestres João Tibúrcio e Ivo Cavalcanti, com quem concluiu o curso secundário. Em 1926,com ajuda financeira do governador José Augusto, foi estudar na Faculdade de Medicina do Recife.Para manter-se, trabalhou como professor de uma escola para carvoeiros e como representante de laboratórios médicos. Em 1928, transferiu-se para a Faculdade Nacional de Medicina no Rio de Janeiro. Na então capital federal, também trabalhou como representante de laboratórios farmacêuticos. Onofre foi aprovado em primeiro lugar no concurso para estagiário do Hospital da Marinha, na Ilha das Cobras, e no curso médico foi aluno de grandes mestres, como Miguel Couto e Carlos Chagas, sendo este o paraninfo de seu turma (1932).
       Iniciou suas atividades profissionais em Natal ,atuando na Junta Médica da Inspetoria dos Portos, onde conheceu o Dr. Januário Cicco,que o convidou para trabalhar no Hospital Miguel Couto.Trabalhou também como assistente do Dr Aderbal de Figueiredo,na clínica Urológica. Entre 1933 e 1935, atuou como diretor do leprosário São Francisco, em Natal. Além de suas atividades como cirurgião, com consultório privado, desenvolveu diversas atividades: médico legista do departamento de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Norte; médico do Instituto de Proteção e Assistência à Infância(I.A.P.I), onde trabalhou com Varela Santiago; membro do conselho penitenciário do estado; professor de Anatomia e Fisiologia da escola de Serviço Social e da Escola Doméstica de Natal; professor da Liga de Ensino do RN; professor do Curso de Samaritanas da Cruz Vermelha; chefe da Clínica Cirúrgica do Hospital Miguel Couto. Em dezembro de 1934,
        casou-se com Selva Capistrano. O casal teve quatro filhos: Onofre Júnior, também cirurgião e professor de Medicina; Nilza; Maísa e Eliana.
 Em 1936, ingressou no Curso de Saúde Publica ( Rio de Janeiro). E no final deste mesmo ano, assumiu a coordenação do serviço de B.C.G da Sociedade de Medicina do RN.
          O Dr. Onofre fazia a vacinação na própria casa das parturientes, já que era o local onde ocorriam muitos partos naquela época. Seu filho Onofre Júnior foi a primeira criança a tomar a vacina B.C.G em Natal. No ano de 1948, viajou para os Estados Unidos (Nova York, Boston e Filadélfia), onde permaneceu por seis meses e realizou estágios em serviços de Cirurgia Torácica e em administração hospitalar. Foi nomeado diretor da Escola de Auxiliares de Enfermagem de Natal, criada por Januário Cicco , que era o presidente da Sociedade de Assistência Hospitalar (SAH) .
        Com a morte de Januário, em 1952, passou a dirigir a SAH, administrando a Maternidade e o Hospital. Em 1954, voltou aos Estados Unidos, onde fez estágio de especialização em Cirurgia Torácica na Clínica Mayo, em Rochester. Onofre Lopes estimulou os primeiros encontros científicos médicos do RN, promovendo intercâmbio com colegas de estados vizinhos e também do exterior, como o italiano Luigi Olivieri, que foi o primeiro professor de anatomia do RN. Na ”Semana de Estudos Médico-Cirúrgicos”, no início de 1955, foi criada a Faculdade de Medicina de Natal, que foi autorizada a funcionar por decreto assinado em setembro do mesmo ano pelo potiguar João Café Filho, presidente da república. Dr Onofre foi eleito Diretor da Faculdade de Medicina, sendo o vice diretor o Dr Luiz Antônio dos Santos Lima. Em julho de 1958, inscreveu-se no Conselho Regional de Medicina do RN (CRM- RN) e recebeu a carteira de identidade do médico N° 1, e em setembro foi eleito e empossado seu Presidente, para um mandato de cinco anos.
        Em 25 de Julho , o governador Dinarte de Medeiros Mariz sancionou a lei criando a Universidade Estadual, para congregar os cursos já existentes de Medicina, Filosofia, Farmácia, Serviço Social, Direito e Odontologia. Por escolha em lista tríplice,o governador nomeou Onofre Lopes o primeiro Reitor e a Universidade passou a funcionar na Faculdade de Filosofia .Dois anos depois de sua fundação,a Universidade foi federalizada por decreto (lei n° 3.849) sancionado pelo presidente da república Juscelino Kubitschek. Durante os doze anos que foi reitor, destacaram-se como suas principais ações: aquisição do prédio n° 780 da avenida Hermes da Fonseca, para ser a sede da Reitoria; serviço central de bibliotecas (SCB); autorização do primeiro curso para auxiliares de bibliotecas da URN; instalação da Escola de Engenharia; reconhecimento, por decreto federal, da Escola de Auxiliares de Enfermagem; inauguração da Tipografia Universitária; criação da farmácia- escola da Faculdade de Farmácia; instalação da Escola de Música; instalação do Instituto de Antropologia e nomeação do prof. Luís da Câmara Cascudo para seu diretor ; criação do núcleo de Biologia Marinha; viabilização do reconhecimento e revalidação dos cursos da Escola Doméstica de Natal; criação do Instituto de Medicina Preventiva; inauguração do prédio da Faculdade de Medicina; criação da junta médica ; criação do curso pré- universitário; inauguração do restaurante universitário;criação do Instituto de Pesquisa e Tecnologia Farmacêutica; incorporação da Escola Agrícola de Jundiaí; criação da Policlínica e do Pronto Socorro Odontológicos; agregação da Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Atuária; criação do Instituto de Matemática; criação do Programa RITA ( convênio com Utah State University, USA, Agencia de Desenvolvimento Internacional e SUDENE); incorporação da Faculdade de Sociologia e Política e da Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza; criação do CRUTAC (Centro Rural Universitário de Ação Comunitária) -que ampliou-se e chegou a ser implantado em 39 universidades nacionais, além de diversos países da América do Sul e África; foi ainda fundador do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras-CRUB. Pela qualidade de seus discursos, trabalhos científicos e marcante atuação nos setores culturais,         
        Onofre foi indicado para a Academia –Norte-riograndense de Letras, ocupando a cadeira n° 11,cujo patrono era o padre João Maria, sucedendo o amigo Januário Cicco. Ele
        presidiu a entidade por nove anos, onde teve destacada administração. Também presidiu o Conselho Estadual de Cultura.          Faleceu no dia 13 de julho de 1984, no dia em que completava 77 anos, no hospital que hoje tem o seu nome.
 FONTE: “O Magnífico – Uma biografia de Onofre Lopes” Autor: Diógenes da Cunha Lima

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